Quando percebi, lá estava eu, sentada num restaurante, com duas amigas, falando sobre sexo anal, como se eu fosse muito experiente ou especialista no assunto. Como sempre, o assunto era a tal dor que gera esse pavor e transforma sexo anal num espetáculo de horror. Eu abri a boca e disse: “Essa dor é a dor da entrada. Se vocês fizerem o movimento contrário ao da retração, ou seja, se ao invés de encolherem a porta de entrada, abrirem espaço, a passagem acontece quase que naturalmente. E, uma vez dentro, o ideal é que vocês coordenem a velocidade dos movimentos e escolham a posição mais prazerosa. O segredo do sexo anal está no comando e ele pertence a  dona da bunda.” Na mesa ao lado, três homens ouviam atentamente [sem que eu tivesse me dado conta] e observavam os movimentos que eu fazia com as mãos. Com uma delas fechada, eu simbolizava o orifício mais comentado e valorizado da face da terra. E, usando o dedo indicador da outra mão, eu tentava explicar que quanto mais fechada e tensa estivesse a mão fechada, mais complicado seria passar até mesmo um alfinete por aquele buraco. Já impaciente, perguntei: “Deu para entender?”. Elas riram [mistura de vergonha com 'que cena impagável'] e, um dos caras da mesa ao lado, com um sorriso maroto estampado no rosto, disse: “Perfeitamente!”

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